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Vol. 97. Issue 6.
Pages 792-794 (1 November 2022)
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Imagens em Dermatologia
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Dermatofibroma palmar em paciente com poroceratose múltipla
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Toshiyuki Yamamoto
Corresponding author
toyamade@fmu.ac.jp

Autor para correspondência.
Departamento de Dermatologia, Fukushima Medical University, Fukushima, Japão
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Resumo

Embora os dermatofibromas não sejam nódulos dérmicos benignos incomuns, as regiões palmares raramente são afetadas. Aqui, descreve‐se caso raro de dermatofibroma palmar, observado em paciente com poroceratose.

Palavras‐chave:
Dermatofibroma
Palma
Poroceratose
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Dermatofibromas (DFs) são nódulos dérmicos benignos comuns que ocorrem frequentemente nas extremidades, ombros e regiões glúteas de mulheres de meia‐idade. Os DFs raramente ocorrem nos dedos;1 entretanto, o envolvimento palmar é extremamente raro.

Homem de 69 anos procurou a clínica queixando‐se de múltiplas placas acastanhadas no tronco, calcanhar e regiões glúteas (fig. 1). Ele apresentava diabetes mellitus, angina e hipertensão. A histopatologia da borda de uma placa mostrou hiperceratose leve e estreita coluna de corneócitos paraceratóticos (lamela cornoide), correspondendo às características da poroceratose. Ele estava em tratamento com pomada tópica de corticosteroide e etretinato (Tigason®; 10‐20mg/dia) havia cinco anos, mas sem melhora significativa suficiente. Durante a evolução, o paciente queixou‐se de nódulo com discreta sensibilidade na região palmar, que havia aparecido dois meses antes. O exame físico revelou nódulo firme, acastanhado, de 5mm na região palmar direita (fig. 2). O exame histopatológico revelou proliferação de fibroblastos na derme com discreta acantose da epiderme sobrejacente (fig. 3). Não foi observado padrão estoriforme, e os fibroblastos proliferados foram positivos para fator XIIIa e CD68, mas negativos para CD34.

Figura 1.

Placas acastanhadas bem definidas na região glútea (A) e no tendão de Aquiles (B).

(0.3MB).
Figura 2.

Nódulo firme de cor da pele na região palmar (setas).

(0.1MB).
Figura 3.

Histopatologia mostrando proliferação de fibroblastos na derme (hematoxilina e eosina × 100).

(0.72MB).

Os DFs geralmente decorrem da proliferação de fibroblastos, como um processo reativo em resposta a alguns estímulos,2,3 e casos de DFs em dedos foram relatados.1 Em contraste, houve apenas alguns casos relatados de histiocitoma fibroso na região palmar.4,5 Embora o presente paciente tenha negado trauma anterior, seu hobby é escultura em madeira, para o qual ele frequentemente utiliza cinzéis com a mão dominante (direita). Portanto, é possível que o DF tenha sido desencadeado por estímulos mecânicos repetitivos. O paciente apresentava múltiplas placas poroceratóticas na região glútea, tendão de Aquiles e tronco, de coloração castanha e bem circunscritas, com bordas levemente elevadas, mas sem verrucosidade ou hiperceratose. As lesões poroceratóticas foram tratadas com etretinato oral e corticosteroide tópico por cinco anos. Efeitos pró‐fibróticos do etretinato, como o aumento do acúmulo de colágeno e redução da metaloproteinase 1da matriz, foram relatados.6 Entretanto, no presente caso, o DF ocorreu de maneira solitária, não havendo relatos de múltiplos DFs em pacientes submetidos à terapia com etretinato. Portanto, os autores acreditam que o DF ocorreu independentemente do tratamento oral com etretinato. Por fim, não há relatos da coexistência de poroceratose e dermatofibroma, e a coexistência de ambos no presente caso pode ser coincidência.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição do autor

Toshiyuki Yamamoto: Aprovação da versão final do manuscrito; revisão crítica da literatura; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica; manejo dos casos estudados; revisão crítica do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito; concepção e planejamento do estudo.

Conflito de interesses

Nenhum.

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Como citar este artigo: Yamamoto T. Palmar dermatofibroma in a patient with multiple porokeratosis. An Bras Dermatol. 2022;97:792–4.

Trabalho realizado no Departamento de Dermatologia, Fukushima Medical University, Fukushima, Japão.

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