Compartilhar
Informação da revista
Vol. 96. Núm. 2.
Páginas 139-147 (1 março 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
17109
Vol. 96. Núm. 2.
Páginas 139-147 (1 março 2021)
Artigo original
Open Access
Estudo dermatoscópico do melanoma extensivo superficial
Visitas
17109
Fernanda Marques Trindadea,
Autor para correspondência
fmarquestrindade@gmail.com

Autor para correspondência.
, Maria Luiza Pires de Freitasb, Flávia Vasques Bittencourtb
a Serviço de Dermatologia, Hospital da Polícia Militar, Belo Horizonte, MG, Brasil
b Serviço de Dermatologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (3)
Mostrar maisMostrar menos
Tabelas (5)
Tabela 1. Definição dos critérios dermatoscópicos analisados nos melanomas extensivos superficiais
Tabela 2. Definição dos padrões dermatoscópicos analisados nos melanomas extensivos superficiais
Tabela 3. Aspectos clínicos dos melanomas extensivos superficiais
Tabela 4. Critérios dermatoscópicos identificados em melanomas extensivos superficiais
Tabela 5. Padrões dermatoscópicos identificados em melanomas extensivos superficiais
Mostrar maisMostrar menos
Resumo
Fundamentos

A dermatoscopia aumenta a sensibilidade do diagnóstico do melanoma, levando à sua identificação precoce e aumentando as chances de cura.

Objetivo

Descrever as características clínicas e dermatoscópicas de melanomas extensivos superficiais e detectar as diferenças entre melanomas in situ e invasivos.

Métodos

Estudo transversal em que foram avaliadas imagens dermatoscópicas de 58 melanomas agrupados de acordo com sua espessura.

Resultados

Foram avaliados 24 melanomas in situ, 28 invasivos com Breslow ≤ 1mm (0,50 ± 0,22mm) e seis com Breslow > 1mm (2,35 ± 2,02mm). Os melanomas in situ apresentaram tamanho menor que os invasivos. Os critérios dermatoscópicos mais encontrados foram assimetria (84,5%), três ou mais cores (81,0%) e rede atípica (79,3%). Padrão inespecífico foi mais comum nos melanomas in situ (p=0,028); rede atípica em melanomas invasivos com Breslow 1mm apresentaram rede invertida (p=0,018).

Limitações do estudo

Amostra de conveniência, uma vez que era necessária foto pré‐operatória do tumor, o que pode ter levado à perda das lesões clinicamente menos expressivas e também daquelas muito sugestivas de melanoma.

Conclusões

Melanomas em estágios iniciais apresentaram, com maior frequência, padrão inespecífico e rede atípica, enquanto melanomas invasivos apresentaram padrão multicomponentes, três ou mais cores e rede invertida.

Palavras‐chave:
Dermoscopia
Melanoma
Neoplasias cutâneas
Texto Completo
Introdução

O melanoma representa apenas 5% dos tumores de pele, mas é responsável por cerca de 80% dos óbitos em decorrência de seu elevado potencial de metástase.1 Sua incidência vem crescendo em todo o mundo nas últimas décadas; no entanto, observa‐se uma tendência à estabilização da taxa de mortalidade,2 provavelmente pelo aumento no diagnóstico de melanomas iniciais.

O fator prognóstico mais importante do melanoma é a espessura, ou índice de Breslow.2,3 O sistema atual do American Joint Committee on Cancer (AJCC) utiliza o índice de Breslow para o estadiamento, selecionando o ponto de corte de 1mm de espessura para a definição de melanoma fino.4 O prognóstico está diretamente relacionado ao diagnóstico precoce, uma vez que pacientes com melanomas finos apresentam sobrevida de 93% em 10 anos.4,5 Por outro lado, a sobrevida é inversamente proporcional à espessura do tumor; pacientes com melanomas com índice de Breslow > 4mm apresentam sobrevida em 10 anos de apenas 39%.4

O melanoma é classificado em quatro subtipos principais, que se diferenciam quanto à epidemiologia, apresentação clínica, dermatoscopia, histopatologia, aspectos moleculares e evolução, e por isso devem ser estudados separadamente. O melanoma extensivo superficial (MES) é o subtipo mais comum em indivíduos de pele clara, correspondendo a 70% dos casos.2 Apresenta uma fase de crescimento radial, definida por crescimento limitado à epiderme ou focalmente na derme papilar, seguida por uma fase de crescimento vertical com presença de invasão.2

A dermatoscopia é um método propedêutico não invasivo que aumenta a acurácia do diagnóstico do melanoma em 20% a 30% quando realizada por examinadores treinados; aconselha‐se seu uso rotineiro pelo dermatologista na avaliação de lesões melanocíticas.6–8 O acompanhamento em centros especializados em dermatoscopia leva ao diagnóstico de melanomas com espessura menor, além de reduzir o número de biópsias desnecessárias.7,9–11

Quanto mais fino é o melanoma, maior a dificuldade na avaliação dermatoscópica, em decorrência do menor desarranjo estrutural presente nas lesões iniciais.12–14 Diversos trabalhos têm sido conduzidos a fim de identificar critérios dermatoscópicos associados à espessura do tumor, com o intuito de obter uma estimativa pré‐operatória do índice de Breslow, bem como auxiliar no diagnóstico precoce do melanoma, mas os resultados são variáveis e nenhum desses critérios mostrou‐se confiável para estabelecer a abordagem cirúrgica.15–18 Em razão da importância do diagnóstico precoce do melanoma, foram analisadas, neste estudo, imagens dermatoscópicas desses tumores com o objetivo de descrever e analisar aspectos clínicos e dermatoscópicos do MES, correlacionando‐os com a espessura do tumor, agrupando os tumores em in situ, invasivos com índice de Breslow ≤ 1mm e invasivos com índice de Breslow > 1mm.

Métodos

Trata‐se de um estudo transversal, em que foram selecionados pacientes com melanomas diagnosticados no Ambulatório de Lesões Pigmentadas do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC‐UFMG) e em clínica privada, no período de sete anos, com diagnóstico de MES confirmado por histopatologia, que apresentavam registro fotográfico dermatoscópico do tumor.19 Os dados foram coletados do banco de imagens e do banco de dados dos serviços, além de análise de prontuários médicos.

De acordo com a rotina dos serviços, os pacientes foram examinados com dermatoscópios Heine 20® ou DermLite DL3® (luz não polarizada) e gel como fluido de interface; as fotografias clínicas e dermatoscópicas das lesões suspeitas foram obtidas com câmeras fotográficas digitais Canon Power Shot 3,2® ou Nikon 1® sob Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As lesões suspeitas de melanoma foram encaminhadas para excisão cirúrgica.

O diagnóstico de MES foi baseado em exame anatomopatológico realizado por dermatopatologistas experientes. Em casos de dúvida sobre o subtipo histológico, foi realizada revisão da lâmina. Os pacientes selecionados preencheram os seguintes critérios de inclusão: melanoma primário classificado histologicamente como MES e com registro fotográfico dermatoscópico de qualidade satisfatória. Os critérios de exclusão foram: demais subtipos de melanoma, melanomas recidivados e registro fotográfico de qualidade insatisfatória.

Os aspectos clínicos avaliados foram: tamanho do tumor (< 6 mm ou ≥ 6 mm) e localização (face, cervical, tronco, membros superiores ou membros inferiores). O aspecto histopatológico avaliado foi o índice de Breslow; os tumores foram classificados em MES invasivos com índice de Breslow ≤ 1 mm e MES invasivos com índice de Breslow > 1 mm, além de melanoma in situ (MIS), em que o índice de Breslow não é aplicado.

A análise das imagens foi realizada de forma cega, sem o conhecimento do índice de Breslow e demais variáveis, por duas observadoras (FVB e MLPF) com experiência na área de dermatoscopia que, em conjunto, concordaram quanto à presença ou ausência dos critérios avaliados.

Os critérios e padrões dermatoscópicos registrados estão mostrados nas tabelas 1 e 2, respectivamente.20–28 Como muitas imagens não foram examinadas com dermatoscópio de luz polarizada, as crisálidas não foram incluídas no estudo, já que só podem ser observadas com esse tipo de aparelho.22,23

Tabela 1.

Definição dos critérios dermatoscópicos analisados nos melanomas extensivos superficiais

Critério  Definição 
Assimetria de contorno, cores e estruturas  Desigualdade quando a lesão é dividida em 0, 1 ou 2 eixos perpendiculares.20 
Rede pigmentar atípica  Rede irregular com variação de cor, espessura e espaçamento de linhas e orifícios, distribuídos assimetricamente.20 
Pontos e glóbulos atípicos  Estruturas arredondadas ou ovais, com variação de cor, tamanho e formato, distribuídas irregularmente na lesão.20,21 
Estrias radiadas e/ou pseudópodes  Estruturas lineares ou projeções bulbosas encontradas na borda da lesão, que podem estar conectadas ao corpo do tumor ou a uma rede pigmentada, com coloração de marrom a negra.20,21 
Véu azul‐esbranquiçado  Área irregular, sem estruturas, com coloração azul‐esbranquiçado em “vidro fosco”, que encobre parte da lesão. A pigmentação não pode ocupar toda a extensão da lesão.20 
Estruturas de regressão (área branca cicatricial e/ou pepperingÁrea despigmentada cicatricial com coloração mais clara que a pele normal e/ou grânulos azuis‐acinzentados, descritos como padrão tipo pimenta.20 
Área hipopigmentada sem estrutura  Área hipopigmentada sem estrutura periférica ocupando mais de 10% da lesão.20 
Borrão (blotchÁrea preta, marrom ou cinza, sem estruturas.20 
  Regular: um borrão no centro da lesão, circundado por rede pigmentada.21 
  Irregular: mais de um borrão, ou um borrão com localização periférica.21 
Vasos atípicos  Vasos puntiformes, lineares irregulares ou polimorfos.20 
Rede invertida  Rede hipopigmentada na qual as áreas claras formam as traves e as pigmentadas preenchem os orifícios.21‐24 
Área vermelho‐leitoso  Glóbulo e/ou área maior de cor vermelho‐leitoso borrada ou sem foco, que corresponde a uma parte elevada da lesão.25 Consiste em aspecto vascular, sem vasos específicos distinguíveis.21 
Ilha dermatoscópica  Área circunscrita com padrão uniforme que difere do resto da lesão.26 
Área cinza‐azulado reticular  Rede cinza‐azulado grosseira, com linhas espessas e orifícios grandes.27,28 
Presença de múltiplas cores  Presença de três ou mais cores, entre preto, marrom‐claro, marrom‐escuro, azul, vermelho, branco e cinza. 
Tabela 2.

Definição dos padrões dermatoscópicos analisados nos melanomas extensivos superficiais

Padrões  Definição 
Padrão multicomponentes  Presença de três ou mais critérios.20 
Padrão inespecífico  Lesão pigmentada sem padrão específico.20 
Padrão reticular  Rede pigmentada cobrindo a maior parte da lesão.20 
Padrão globular  Numerosos glóbulos de tamanhos variados com tonalidade marrom e/ou cinza‐enegrecido.20 
Padrão starbust  Estrias radiadas e/ou pseudópodes em disposição radial na borda da lesão.20 
Padrão homogêneo  Pigmentação marrom, azul ou preto‐acinzentado difusa na ausência de outras estruturas locais.20 

A análise estatística se fez, durante a parte descritiva, pelo cálculo de médias e proporções de variáveis contínuas e qualitativas, respectivamente. A análise univariada para comparação entre os grupos foi feita pelo teste do qui‐quadrado ou o teste exato de Fisher. O software usado foi o Stata versão 13. A qualificação da significância estatística foi feita usando o limite de valor de p=0,05.

O projeto foi aprovado pela Câmara do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (parecer n° ETIC – 0005.0.203.000‐09).

Resultados

Foram selecionados 76 MES em 62 pacientes, dos quais 18 foram excluídos por perda de qualidade das fotos. Logo, foram avaliados 58 MES em 52 pacientes: 31 eram provenientes do Ambulatório de Lesões Pigmentadas do HC‐UFMG e 21 da clínica privada. Foram avaliados 24 MIS, 28 MES invasivos com Breslow ≤ 1mm e seis MES invasivos com Breslow > 1mm.

Entre os 34 MES invasivos, o índice de Breslow médio foi de 0,82 ± 1,08. No grupo MES invasivo com Breslow ≤ 1mm, a média foi de 0,50 ± 0,22; no grupo MES invasivo com Breslow > 1mm, a média foi de 2,35 ± 2,02. Os aspectos clínicos estão apresentados na tabela 3.

Tabela 3.

Aspectos clínicos dos melanomas extensivos superficiais

Aspectos clínicos  In situ  ≤ 1 mm  > 1 mm  Total  Comparações (p)
          Geral entre 3 grupos  In situvs. invasivo  ≤ 1mm vs. > 1 mm 
Tamanho tumor (n)  14  18  38       
< 6 mm  5 (35,7%)  0 (0%)  0 (0%)  5 (13,2%)  0,009  0,004  – 
≥ 6 mm  9 (64,3%)  18 (100%)  6 (100%)  33 (86,8%)       
Localização (n)  24  28  58       
Face  0 (0%)  0 (0%)  2 (33,3%)  2 (3,5%)  0,120  0,568  0,083 
Cervical  1 (4,2%)  2 (7,1%)  0 (0%)  3 (5,2%)       
Tronco  16 (66,7%)  16 (57,1%)  4 (66,7%)  36 (62,1%)       
MMSS  1 (4,2%)  4 (14,3%)  0 (0%)  5 (8,6%)       
MMII  6 (25,0%)  6 (21,4%)  0 (0%)  12 (20,7%)       

Houve uma perda de dados na variável tamanho da lesão, uma vez que o estudo foi retrospectivo e, na maioria das vezes, esse aspecto não foi registrado nos prontuários médicos. Em apenas 38 casos esse dado apresentou‐se disponível, e foi classificado em<6mm (5 [13,2%] – todos do grupo MIS) ou ≥ 6mm (33 [86,8%]). Os MIS apresentaram tamanho significativamente menor que os MES invasivos (p=0,004).

O tronco foi a localização mais frequente, comum a 62,1% dos tumores em geral, sem diferença entre os grupos, enquanto 20,7% dos melanomas foram localizados nos membros inferiores, 8,6% nos membros superiores, 5,2% na região cervical e 3,5% na face (tabela 3).

A tabela 4 apresenta a frequência dos critérios dermatoscópicos e as comparações entre os grupos. As características dermatoscópicas mais frequentemente encontradas foram: assimetria (84,5%), três ou mais cores (81,0%) e rede atípica (79,3%).

Tabela 4.

Critérios dermatoscópicos identificados em melanomas extensivos superficiais

Critérios dermatoscópicos  In situ  ≤ 1 mm  > 1 mm  Total  Comparações (p)
          Geral  In situvs. invasivo  ≤ 1mm vs. > 1 mm 
Assimetria (n)  24  28  58       
Não  3 (12,5%)  5 (17,9%)  1 (16,7%)  9 (15,5%)  0,877  0,722  1,000 
Sim  21 (87,5%)  23 (82,1%)  5 (83,3%)  49 (84,5%)       
Rede atípica (n)  24  28  58       
Não  7 (29,2%)  2 (7,1%)  3 (50,0%)  12 (20,7%)  0,020  0,181  0,029 
Sim  17 (70,8%)  26 (92,9%)  3 (50,0%)  46 (79,3%)       
Pontos/glóbulos atípicos (n)  24  28  58       
Não  10 (41,7%)  10 (35,7%)  3 (50,0%)  23 (39,7%)  0,783  0,792  0,653 
Sim  15 (58,3%)  18 (64,3%)  3 (50,0%)  36 (60,3%)       
Estrias/ pseudópodes (n)  24  28  58       
Não  16 (66,7%)  18 (64,3%)  5 (83,3%)  39 (67,2%)  0,548  0,938  0,638 
Sim  8 (33,3%)  10 (35,7%)  1 (16,7%)  19 (32,8%)       
Véu (n)  24  28  58       
Não  18 (75,0%)  14 (50,0%)  3 (50,0%)  35 (60,3%)  0,163  0,055  1,000 
Sim  6 (25,0%)  14 (50,0%)  3 (50,0%)  23 (39,7%)       
Estruturas de regressão (n)  24  28  58       
Não  20 (83,3%)  23 (82,1%)  5 (83,3%)  48 (82,8%)  0,993  0,922  1,000 
Sim  4 (16,7%)  5 (17,9%)  1 (16,7%)  10 (17,2%)       
Área hipopigmentada (n)  24  28  58       
Não  21 (87,5%)  24 (85,7%)  5 (83,3%)  50 (86,2%)  1,000  1,000  1,000 
Sim  3 (10,5%)  4 (14,3%)  1 (16,7%)  8 (13,8%)       
Borrões (n)  24  28  58       
Não  20 (83,3%)  24 (85,7%)  5 (83,3%)  49 (84,5%)  0,938  0,675  1,000 
Sim  4 (16,7%)  4 (14,3%)  1 (16,7%)  9 (15,5%)       
Vasos atípicos (n)  24  28  58       
Não  19 (79,2%)  21 (75,0%)  5 (83,3%)  45 (77,6%)  0,904  0,808  1,000 
Sim  5 (20,8%)  7 (25,0%)  1 (16,7%)  13 (22,4%)       
Rede invertida (n)  24  28  58       
Não  22 (91,7%)  24 (85,7%)  2 (33,3%)  48 (82,8%)  0,009  0,131  0,018 
Sim  2 (8,3%)  4 (14,3%)  4 (66,7%)  10 (17,2%)       
Área vermelho‐leitoso (n)  24  28  58       
Não  16 (66,7%)  16 (57,1%)  5 (83,3%)  37 (63,8%)  0,491  0,702  0,370 
Sim  8 (33,3%)  12 (42,9%)  1 (16,7%)  21 (36,2%)       
Ilha dermatoscópica (n)  24  28  58       
Não  22 (91,7%)  27 (96,4%)  6 (100%)  55 (94,8%)  0,706  0,564  1,000 
Sim  2 (8,3%)  1 (3,6%)  0 (0%)  3 (5,2%)       
Área cinza‐azulado reticular (n)  24  28  58       
Não  24 (100%)  25 (89,3%)  6 (100%)  55 (94,8%)  0,325  0,260  1.000 
Sim  0 (0%)  3 (10,7%)  0 (0%)  3 (5,2%)       
Três ou + cores (n)  24  28  58       
Não  8 (33,3%)  3 (10,7%)  0 (0%)  11 (19,0%)  0,078  0,019  1,000 
Sim  16 (66,7%)  25 (89,3%)  6 (100%)  47 (81,0%)       

A rede atípica foi encontrada em 17 (70,8%) MIS, 26 (92,9%) MES invasivos com Breslow<1mm e três (50,0%) MES invasivos com Breslow > 1mm. Sua presença foi significativamente menor em MES invasivos com Breslow > 1mm quando comparados a MES invasivos com Breslow ≤ 1mm (p=0,029).

O véu azul‐esbranquiçado foi menos comum no grupo MIS (seis casos, 25,0%), quando comparado aos grupos MES invasivos com Breslow ≤ 1mm (14 casos, 50,0%) e MES invasivos com Breslow > 1mm (três casos, 50,0%), porém não o suficiente para atingir significância estatística (p=0,055).

A rede invertida foi mais frequente nos MES invasivos com Breslow > 1mm, nos quais os quatro casos representaram, proporcionalmente, 66,7% da amostra, enquanto o grupo MIS apresentou dois casos (8,3%) e o grupo MES invasivos com Breslow ≤ 1mm, quatro casos (14,3%). O fato de essa característica ser mais comum ao grupo > 1mm fez com que tanto a comparação geral entre os três grupos (p=0,009) quanto a comparação entre MES com Breslow ≤ e > 1mm (p=0,018) fosse estatisticamente significativa.

A presença de três ou mais cores, comum a 47 tumores (81,0% do total), foi proporcionalmente mais frequente no grupo MES invasivos com Breslow > 1mm, com 100% (seis casos), e diminuiu para 89,3% (25 casos) no grupo ≤ 1mm e 66,7% (16 casos) no grupo MIS. A diferença foi significativa na comparação entre MIS e MES invasivo (p=0,019).

Assimetria, pontos e glóbulos atípicos, estrias radiadas e/ou pseudópodes, estruturas de regressão, área hipopigmentada, borrões, vasos atípicos, área vermelho‐leitoso, ilha dermatoscópica e área cinza‐azulado reticular não apresentaram diferença significativa nas proporções encontradas entre os grupos.

A tabela 5 apresenta os padrões dermatoscópicos e as comparações entre os grupos.

Tabela 5.

Padrões dermatoscópicos identificados em melanomas extensivos superficiais

Padrões dermatoscópicos  In situ  ≤ 1 mm  > 1 mm  Total  Comparações (p)
          Geral  In situvs. invasivo  ≤ 1mm vs. > 1 mm 
Multicomponentes (n)  24  28  58       
Não  16 (66,7%)  9 (32,1%)  3 (50,0%)  28 (48,3%)  0,062  0,026  0,641 
Sim  8 (33,3%)  19 (67,9%)  3 (50,0%)  30 (51,7%)       
Inespecífico (n)  24  28  58       
Não  19 (79,2%)  27 (96,4%)  6 (100%)  52 (89,7%)  0,136  0,028  1,000 
Sim  5 (20,8%)  1 (3,6%)  0 (0%)  6 (10,3%)       
Reticular (n)  24  28  58       
Não  19 (79,2%)  21 (75,0%)  5 (83,3%)  45 (77,6%)  0,904  0,808  1,000 
Sim  5 (20,8%)  7 (25,0%)  1 (16,7%)  13 (22,4%)       
Globular (n)  24  28  58       
Não  22 (91,7%)  27 (96,4%)  5 (83,3%)  54 (93,1%)  0,307  1,000  0,362 
Sim  2 (8,3%)  1 (3,6%)  1 (16,7%)  4 (6,9%)       
Starbust (n)  24  28  58       
Não  21 (87,5%)  28 (100%)  5 (83,3%)  54 (93,1%)  0,103  0,297  0,176 
Sim  3 (12,5%)  0 (0%)  1 (16,7%)  4 (6,9%)       
Homogêneo (n)  24  28  58       
Não  23 (95,8%)  28 (100%)  6 (100%)  57 (98,3%)  0,517  0,414  – 
Sim  1 (4,2%)  0 (0%)  0 (0%)  1 (1,7%)       

Padrão multicomponente (figs. 1 e 2) foi observado em 30 (51,7%) tumores. Foram oito casos (34,8%) no grupo MIS, 19 (67,9%) e 3 (50,0%) casos nos grupos MES invasivos com Breslow ≤ 1mm e > 1mm, respectivamente, tendo sido significativamente mais comum em MES invasivos do que em MIS (p=0,026).

Figura 1.

Melanoma extensivo superficial com Breslow 0,5mm; localizado na região cervical. À dermatoscopia, observa‐se assimetria de contorno, cores e estruturas, rede atípica, pontos e glóbulos atípicos, estrias radiadas e pseudópodes e véu azul‐esbranquiçado, caracterizando padrão multicomponentes.

(0.1MB).
Figura 2.

Melanoma extensivo superficial com Breslow 0,6mm localizado na perna. À dermatoscopia, observa‐se assimetria, rede atípica, pontos e glóbulos atípicos, estruturas de regressão, vasos atípicos e área vermelho‐leitoso, caracterizando padrão multicomponentes.

(0.14MB).

O padrão inespecífico (fig. 3), comum a seis (10,3%) dos tumores, foi mais frequente no grupo MIS (cinco tumores – 20,8%), quando comparado aos grupos MES invasivos com Breslow ≤ 1mm (um caso – 3,6%) e > 1mm (nenhum caso). A diferença encontrada foi estatisticamente significativa na comparação entre MIS e MES invasivos (p=0,028).

Figura 3.

Melanoma extensivo superficial in situ localizado na região cervical, em paciente com melanomas múltiplos. À dermatoscopia, observa‐se assimetria e variação de cores, entretanto sem estruturas específicas, caracterizando padrão inespecífico.

(0.16MB).

Os padrões reticular, globular, homogêneo e starbust não apresentaram diferenças entre os grupos.

Discussão

A incidência do melanoma tem aumentado de modo alarmante nas últimas décadas em todo o mundo – entretanto, com tendência à estabilização da taxa de mortalidade.29 De fato, a literatura mundial reporta um aumento na incidência de melanomas finos, refletindo diagnóstico mais precoce, provavelmente em decorrência da dermatoscopia. Outra hipótese seria que a melhora no diagnóstico do melanoma resulte na detecção de um subgrupo de melanomas finos e de crescimento lento, chamados de “slow‐growing melanomas”, que poderiam progredir apenas eventualmente para melanomas espessos.30

A amostra de 58 melanomas foi obtida por conveniência, uma vez que para ser incluído no estudo o paciente precisava ter foto dermatoscópica pré‐operatória. Isso levou a uma perda de casos, pois lesões clinicamente pouco expressivas podem não ter sido fotografadas. Por outro lado, pacientes com lesões clinicamente muito sugestivas de melanoma podem ter sido encaminhados para a dermatologia após a remoção do tumor, levando a uma perda dos melanomas em estágios avançados. Por isso, acreditamos que o grupo de MES invasivos com Breslow > 1mm tenha contado com apenas seis casos, levando a média de espessura dos MES invasivos a ser de apenas 0,82mm. A amostra pode ser considerada expressiva quando comparada a estudos brasileiros.15,31

Os MIS apresentaram tamanho médio menor que os melanomas invasivos, com diferença estatisticamente significativa (p=0,04). Esse achado é esperado, já que na maioria das vezes os tumores menores tendem a ser menos invasivos, e está de acordo com a literatura.32

As características dermatoscópicas mais encontradas neste estudo foram assimetria, três ou mais cores, rede atípica e pontos e glóbulos atípicos.

A assimetria foi o critério mais comum (84,5%), com frequência semelhante entre os grupos, o que está de acordo com estudos anteriores.15,18,32 A assimetria é um achado mais frequente no MES quando comparado a outros subtipos de melanoma, e pode estar ausente nos tumores nodulares e amelanóticos, não incluídos neste estudo.33,34

A presença de três ou mais cores foi significativamente mais comum no MES invasivo que no MIS (p=0,019) – o que está de acordo com a literatura; é sugerido que o aumento do número de cores pode estar diretamente relacionado ao índice de Breslow.15,18,35

Na fase de crescimento radial do melanoma, observa‐se proliferação de melanócitos atípicos isolados ou agrupados em ninhos ao longo da junção dermoepidérmica e nas camadas suprabasais (disseminação pagetoide). Essa proliferação pode causar alterações na rede pigmentar, que se torna atípica, e é uma característica de melanomas do subtipo MES, podendo estar presente também em nevos atípicos. Alterações na rede pigmentar são mais facilmente visíveis em melanomas em estágios iniciais (MIS e MES invasivos com Breslow ≤ 0,75mm), uma vez que com a progressão da lesão há perda das cristas epiteliais, e a rede pode ser vista apenas focalmente.36–40 Neste estudo, a rede atípica foi mais comum em MES invasivos com Breslow ≤ 1mm quando comparados com Breslow > 1mm, com diferença estatisticamente significativa (p=0,029); entretanto, não houve diferença entre os grupos MIS e MES invasivo. Isso pode ser justificado pelo fato de que a grande maioria dos casos do grupo MES invasivo apresenta Breslow ≤ 1mm, com média de Breslow de apenas 0,50mm, apresentando características dermatoscópicas de melanomas finos.

As estrias radiadas e/ou pseudópodes também são mais encontradas em melanomas do subtipo MES, e foi sugerido por Argenziano et al. que sua presença indicaria fase de crescimento radial do tumor.38 Entretanto, em estudos mais recentes essas estruturas foram descritas com maior frequência nos melanomas invasivos.15,18,36

A fase de crescimento vertical é marcada pela invasão do tumor; véu azul‐esbranquiçado e vasos atípicos são mais comumente encontrados.41 O véu foi encontrado em 50% dos melanomas invasivos e em 25% dos MIS, porém não o suficiente para atingir significância estatística (p=0,055), tendo sido considerado um achado borderline. O véu é uma estrutura altamente específica para o diagnóstico de melanoma, com especificidade de até 97%, e é mais encontrado em melanomas com maior espessura.27,42–44 Acreditamos que esse critério poderia ter atingido significância estatística caso o tamanho da amostra fosse maior.

Área/glóbulos vermelho‐leitosos e vasos atípicos surgem em decorrência do polimorfismo vascular, que aumenta proporcionalmente ao aumento da espessura, e são mais frequentes em melanomas intermediários e espessos (> 1mm).44 Essas estruturas são mais facilmente visíveis em melanomas hipo/amelanóticos, nos quais podem ser a única pista para o diagnóstico.44 Acreditamos que o padrão vascular atípico pode ter sido subestimado neste estudo, uma vez que os vasos seriam mais bem visualizados com luz polarizada, e a dermatoscopia de contato pode comprimi‐los e prejudicar sua avaliação nas imagens.45

A rede invertida é característica, mas não exclusiva de melanomas, podendo ser vista no nevo de Spitz, nevo atípico ou dermatofibroma.24,46 No presente estudo, foi encontrada em 17,2% dos casos, com maior frequência no grupo MES com Breslow > 1mm (p=0,018), o que está de acordo com a literatura.47,48 A rede invertida foi encontrada com maior frequência em melanomas invasivos com Breslow > 1mm, surgindo em nevos, de localização no tronco e em pacientes jovens.48 Sua extensão e distribuição também foram avaliadas, de modo que sua presença em mais de 20% da lesão e com distribuição heterogênea foram mais comuns nos melanomas invasivos.48

A ilha dermatoscópica, descrita por Borsari et al., consiste em uma área circunscrita com padrão dermatoscópico diferente do restante da lesão e foi considerada característica de melanomas finos surgindo de nevos.26 Neste estudo, foi encontrada em apenas três casos (5,2%) – dois MIS e um MES invasivo com Breslow ≤ 1mm –, e não foi suficiente para atingir diferença estatisticamente significativa.

O padrão multicomponente é considerado o mais característico e mais associado ao melanoma, e é mais comum em melanomas invasivos. Já o padrão inespecífico, encontrado em 10,3% dos casos, foi significativamente mais comum no MIS (p=0,028). Esse achado, pelo nosso conhecimento, não foi descrito anteriormente na literatura, mas é esperado, uma vez que à medida que a espessura do tumor aumenta, são encontrados mais critérios dermatoscópicos específicos de melanoma. Pode‐se inferir que são necessários mais estudos sobre os melanomas incaracterísticos (featureless melanomas), com o intuito de estabelecer melhor os critérios para seu diagnóstico. A existência de melanomas com padrão inespecífico reforça a importância da história clínica, e deve‐se considerar biópsia de toda lesão pigmentada em que um diagnóstico benigno não puder ser feito, principalmente no caso de uma lesão de início recente e/ou com modificação e sintomas.

A avaliação dermatoscópica tem importância fundamental no diagnóstico precoce e na estimativa pré‐operatória do índice de Breslow do melanoma. São necessários outros estudos, sobretudo na população brasileira, com maior amostra e maior proporção de melanomas intermediários e espessos, para confirmação dos achados.

Conclusão

Os melanomas em estágios iniciais apresentaram com maior frequência padrão inespecífico (p=0,028) e rede atípica (p=0,029).

Os melanomas invasivos apresentaram com maior frequência tamanho ≥ 6mm (p=0,04), padrão multicomponentes (p=0,026) e três ou mais cores (p=0,019), enquanto os melanomas intermediários e espessos apresentaram com maior frequência rede invertida (p=0,018).

Véu azul‐esbranquiçado foi mais comum em MES invasivos, sem atingir significância estatística. Assimetria, pontos e glóbulos atípicos, estrias radiadas e/ou pseudópodes, estruturas de regressão, área hipopigmentada, borrões, vasos atípicos, área vermelho‐leitoso, ilha dermatoscópica, área cinza‐azulado reticular e os padrões reticular, globular, starbust e homogêneo não apresentaram diferença significativa nas proporções encontradas entre os grupos.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Fernanda Marques Trindade: Análise estatística; concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; obtenção, análise e interpretação dos dados; revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

Flávia Vasques Bittencourt: Aprovação da versão final do manuscrito; concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

Maria Luiza Pires de Freitas: Obtenção, análise e interpretação dos dados; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados.

Conflito de interesses

Nenhum.

Referências
[1]
C.K. Bichakjian, A.C. Halpern, T.M. Johnson, A. Foote Hood, J.M. Grichnik, S.M. Swetter, et al.
Guidelines of care for the management of primary cutaneous melanoma American Academy of Dermatology.
J Am Acad Dermatol., 65 (2011), pp. 1032-1047
[2]
T. Burns, S. Breathnach, N. Cox, C. Griffiths.
Rook's Textbook of Dermatology. v.4.
9.ed. New York: John Wiley & Sons;, (2010),
[3]
A. Breslow.
Thickness, cross‐sectional areas and depth of invasion in the prognosis of cutaneous melanoma.
Ann Surg., 172 (1970), pp. 902-908
[4]
J.E. Gershenwald, R.A. Scolyer.
Melanoma Staging: American Joint Committee on Cancer (AJCC) 8th Edition and Beyond.
Ann Surg Oncol., 25 (2018), pp. 2105-2110
[5]
M.E. Vestergaard, P. Macaskill, P.E. Holt, S.W. Menzies.
Dermoscopy compared with naked eye examination for the diagnosis of primary melanoma: a meta‐analysis of studies performed in a clinical setting.
Br J Dermatol., 159 (2008), pp. 669-676
[6]
S.W. Menzies.
Evidence‐based dermoscopy.
Dermatol Clin., 31 (2013), pp. 521-524
[7]
H.P. Soyer, G. Argenziano, R. Talamini, S. Chimenti.
Is dermoscopy useful for the diagnosis of melanoma?.
Arch Dermatol., 137 (2001), pp. 1361-1363
[8]
L.G.M. Castro, C.M. Messina, W. Loureiro, R.S. Macarenco, J.P.D. Neto, T.H.B. Di Giacomo, et al.
Guidelines of the Brazilian Dermatology Society for diagnosis, treatment and follow up of primary cutaneous melanoma – Part I.
An Bras Dermatol., 90 (2015), pp. 851-861
[9]
H.A. Haenssle, S. Hoffmann, R. Holzkamp, K. Samhaber, A. Lockmann, M. Fliesser, et al.
Melanoma thickness: the role of patients’ characteristics, risk indicators and patterns of diagnosis.
J Eur Acad Dermatol Venereol., 29 (2015), pp. 102-108
[10]
B.K. Rao, C.S. Ahn.
Dermatoscopy for melanoma and pigmented lesions.
Dermatol Clin., 30 (2012), pp. 413-434
[11]
H. Pehamberger, A. Steiner, K. Wolff.
In vivo epiluminescence microscopy of pigmented skin lesions.
I. Pattern analysis of pigmented skin lesions. J Am Acad Dermatol., 17 (1987), pp. 571-583
[12]
M.A. Pizzichetta, I. Stanganelli, R. Bono, H.P. Soyer, S. Magi, V. Canzonieri, et al.
Dermoscopic features of difficult melanoma.
Dermatol Surg., 33 (2007), pp. 91-99
[13]
T. Fikrle, K. Pizinger.
Dermatoscopic differences between atypical melanocytic naevi and thin malignant melanomas.
[14]
V. Panasiti, V. Devirgiliis, M. Curzio, V. Roberti, S. Gobbi, R. Masciangelo, et al.
The reticular point of view in dermatoscopy.
J Am Acad Dermatol., 61 (2009), pp. 605-610
[15]
V.P. Silva, J.K. Ikino, M.M. Sens, D.H. Nunes, G. Di Giunta.
Dermoscopic features of thin melanomas: a comparative study of melanoma in situ and invasive melanomas smaller than or equal to 1mm.
An Bras Dermatol., 88 (2013), pp. 712-717
[16]
N. Emiroglu, F. Pelin Cengiz, R. Hofmann-Wellenhof.
Dermoscopic and clinical features of trunk melanomas.
Postepy Dermatol Alergol., 31 (2014), pp. 362-367
[17]
F.P. Cengiz, A.B. Cengiz, N. Emiroglu, E. Comert, R.H. Wellenhof.
Dermoscopic and clinical features of head and neck melanoma.
An Bras Dermatol., 90 (2015), pp. 488-493
[18]
J. Gallegos-Hernandez, A. Ortiz-Maldonado, G. Minauro-Munoz, H. Arias-Ceballos, M. Hernandez-Sanjuan.
Dermoscopy in cutaneous melanoma.
Cir Cir., 83 (2015), pp. 107-111
[19]
F.M. Trindade.
Estudo dermatoscópico do melanoma extensivo superficial [Dissertação]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais;, (2016),
[20]
J. Malvehy, S. Puig, G. Argenziano, A.A. Marghoob, H.P. Soyer.
Dermoscopy report: proposal for standardization Results of a consensus meeting of the International Dermoscopy Society.
J Am Acad Dermatol., 57 (2007), pp. 84-95
[21]
H. Kittler, A. Marghoob, G. Argenziano, C. Carrera, C. Curiel-Lewandrowski, R. Hofmann-Wellenhof, et al.
Standardization of terminology in dermoscopy/dermatoscopy: Results of the third consensus conference of the International Society of Dermoscopy.
J Am Acad Dermatol., 74 (2016), pp. 1093-1106
[22]
A. Di Stefani, T.M. Campbell, J. Malvehy, C. Massone, H.P. Soyer, R. Hofmann-Wellenhof.
Shiny white streaks: An additional dermoscopic finding in melanomas viewed using contact polarised dermoscopy.
Australas J Dermatol., 51 (2010), pp. 295-298
[23]
D. Shitara, P. Ishioka, Y. Alonso-Pinedo, L. Palacios-Bejarano, C. Carrera, J. Malvehy, et al.
Shiny white streaks: a sign of malignancy at dermoscopy of pigmented skin lesions.
Acta Derm Venereol., 94 (2014), pp. 132-137
[24]
M.A. Pizzichetta, R. Talamini, A.A. Marghoob, H.P. Soyer, G. Argenziano, R. Bono, et al.
Negative pigment network: an additional dermoscopic feature for the diagnosis of melanoma.
J Am Acad Dermatol., 68 (2013), pp. 552-559
[25]
G. Argenziano, I. Zalaudek, R. Corona, F. Sera, L. Cicale, G. Petrillo, et al.
Vascular structures in skin tumors: a dermoscopy study.
Arch Dermatol., 140 (2004), pp. 1485-1489
[26]
S. Borsari, C. Longo, C. Ferrari, E. Benati, S. Bassoli, S. Schianchi, et al.
Dermoscopic island: a new descriptor for thin melanoma.
Arch Dermatol., 146 (2010), pp. 1257-1262
[27]
S. Seidenari, C. Ferrari, S. Borsari, E. Benati, G. Ponti, S. Bassoli, et al.
Reticular grey‐blue areas of regression as a dermoscopic marker of melanoma in situ.
Br J Dermatol., 163 (2010), pp. 302-309
[28]
S. Bassoli, S. Borsari, C. Ferrari, F. Giusti, G. Pellacani, G. Ponti, et al.
Grey‐blue regression in melanoma in situ‐evaluation on 111 cases.
J Skin Cancer., 2011 (2011), pp. 180980
[29]
S.N. Markovic, L.A. Erickson, R.D. Rao, R.H. Weenig, B.A. Pockaj, A. Bardia, et al.
Malignant melanoma in the 21st century, part 2: staging, prognosis, and treatment.
Mayo Clin Proc., 82 (2007), pp. 490-513
[30]
G. Argenziano, H. Kittler, G. Ferrara, P. Rubegni, J. Malvehy, S. Puig, et al.
Slow‐growing melanoma: a dermoscopy follow‐up study.
Br J Dermatol., 162 (2010), pp. 267-273
[31]
M.A. Mansur, G.G. Rezze, M.R. Latorre, J.P. Duprat Neto.
Dermoscopic findings of radial streaming, blue hue and vascular structures as a tool to differentiate doubtful nevi and early melanomas: a comparative study.
Surg Cosmet Dermatol., 3 (2011), pp. 276-281
[32]
R. Bergman, I. Katz, C. Lichtig, Y. Ben-Arieh, A.R. Moscona, R. Friedman-Birnbaum.
Malignant melanomas with histologic diameters less than 6mm.
J Am Acad Dermatol., 26 (1992), pp. 462-466
[33]
J.H. Mun, J. Ohn, W.I. Kim, S.M. Park, M.B. Kim.
Dermoscopy of Melanomas on the Trunk and Extremities in Asians.
PLoS One., 11 (2016), pp. e0158374
[34]
S.W. Menzies, F.J. Moloney, K. Byth, M. Avramidis, G. Argenziano, I. Zalaudek, et al.
Dermoscopic evaluation of nodular melanoma.
JAMA Dermatol., 149 (2013), pp. 699-709
[35]
P. Pralong, E. Bathelier, S. Dalle, N. Poulalhon, S. Debarbieux, L. Thomas.
Dermoscopy of lentigo maligna melanoma: report of 125 cases.
Br J Dermatol., 167 (2012), pp. 280-287
[36]
M. Stante, V. De Giorgi, P. Cappugi, B. Giannotti, P. Carli.
Non‐invasive analysis of melanoma thickness by means of dermoscopy: a retrospective study.
Melanoma Res., 11 (2001), pp. 147-152
[37]
M.A. Pizzichetta, G. Argenziano, R. Talamini, D. Piccolo, A. Gatti, G. Trevisan, et al.
Dermoscopic criteria for melanoma in situ are similar to those for early invasive melanoma.
Cancer., 91 (2001), pp. 992-997
[38]
G. Argenziano, G. Fabbrocini, P. Carli, V. De Giorgi, M. Delfino.
Epiluminescence microscopy: criteria of cutaneous melanoma progression.
J Am Acad Dermatol., 37 (1997), pp. 68-74
[39]
S. Seidenari, C. Ferrari, S. Borsari, S. Bassoli, A.M. Cesinaro, F. Giusti, et al.
The dermoscopic variability of pigment network in melanoma in situ.
Melanoma Res., 22 (2012), pp. 151-157
[40]
H.A. Haenssle, B. Korpas, C. Hansen-Hagge, T. Buhl, K.M. Kaune, A. Rosenberger, et al.
Seven‐point checklist for dermatoscopy: performance during 10 years of prospective surveillance of patients at increased melanoma risk.
J Am Acad Dermatol., 62 (2010), pp. 785-793
[41]
A. Scope, I. Zalaudek, G. Ferrara, G. Argenziano, R. Braun, A. Marghoob.
Remodeling of the dermoepidermal junction in superficial spreading melanoma: insights gained from correlation of dermoscopy, reflectance confocal microscopy, and histopathologic analysis.
Arch Dermatol., 144 (2008), pp. 1644-1649
[42]
H.P. Soyer, G. Argenziano, S. Chimenti, V. Ruocco.
Dermoscopy of pigmented skin lesions.
Eur J Dermatol., 11 (2001), pp. 270-276
[43]
S.W. Menzies, C. Ingvar, W.H. McCarthy.
A sensitivity and specificity analysis of the surface microscopy features of invasive melanoma.
Melanoma Res., 6 (1996), pp. 55-62
[44]
J. Neila, H.P. Soyer.
Key points in dermoscopy for diagnosis of melanomas, including difficult to diagnose melanomas, on the trunk and extremities.
[45]
C. Benvenuto-Andrade, S.W. Dusza, A.L. Agero, A. Scope, M. Rajadhyaksha, A.C. Halpern, et al.
Differences between polarized light dermoscopy and immersion contact dermoscopy for the evaluation of skin lesions.
Arch Dermatol., 143 (2007), pp. 329-338
[46]
M.P. Obieta, R.P. Braun, A. Scope, H. Rabinovitz, A.A. Marghoob.
Dermoscopy of superficial spreading melanoma.
G Ital Dermatol Venereol., 144 (2009), pp. 51-60
[47]
C. Ciudad-Blanco, J.A. Aviles-Izquierdo, P. Lazaro-Ochaita, R. Suarez-Fernandez.
Dermoscopic findings for the early detection of melanoma: an analysis of 200 cases.
Actas Dermosifiliogr., 105 (2014), pp. 683-693
[48]
S. Bassoli, C. Ferrari, S. Borsari, F. Giusti, C. Magnoni, G. Pellacani, et al.
Negative pigment network identifies a peculiar melanoma subtype and represents a clue to melanoma diagnosis: a dermoscopic study of 401 melanomas.
Acta Derm Venereol., 93 (2013), pp. 650-655

Como citar este artigo: Trindade FM, Freitas MLP, Bittencourt FV. Dermoscopic evaluation of superficial spreading melanoma. An Bras Dermatol. 2021;96:139–47.

Trabalho realizado no Departamento de Dermatologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Baixar PDF
Idiomas
Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese)
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Cookies policy Política de cookies
To improve our services and products, we use "cookies" (own or third parties authorized) to show advertising related to client preferences through the analyses of navigation customer behavior. Continuing navigation will be considered as acceptance of this use. You can change the settings or obtain more information by clicking here. Utilizamos cookies próprios e de terceiros para melhorar nossos serviços e mostrar publicidade relacionada às suas preferências, analisando seus hábitos de navegação. Se continuar a navegar, consideramos que aceita o seu uso. Você pode alterar a configuração ou obter mais informações aqui.