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Vol. 99. Núm. 1.
Páginas 139-141 (1 janeiro 2024)
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Vol. 99. Núm. 1.
Páginas 139-141 (1 janeiro 2024)
Carta – Dermatopatologia
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Nova técnica de inclusão em parafina de amostra de unha fixada em formalina, obtida por excisão tangencial – Molde de batata como guia
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Laura Bertanhaa,b,
Autor para correspondência
labertanha@yahoo.com.br

Autor para correspondência.
, Cristina Diniz Borges Figueira de Melloa, Ingrid Iara Damasa, Rafael Fantelli Stelinia, Nilton Di Chiacchiob, Maria Letícia Cintraa
a Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil
b Hospital do Servidor Público Municipal, São Paulo, SP, Brasil
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Prezado Editor,

A amostra obtida por excisão tangencial do leito/matriz ungueal é fina e frágil e muitas vezes dobra‐se após ser imersa em meio fixador. Isso dificulta a orientação e a inclusão em parafina da amostra. A superfície epidérmica normalmente é facilmente identificável em biopsias de pele em contraste com a derme brilhante. No entanto, as biopsias da matriz ou do leito ungueal geralmente carecem de placa ungueal que, se presente, pode ajudar a identificar o topo da amostra. Sem a unha, as superfícies epidérmica e dérmica são brilhantes.1 Consequentemente, em caso de inclusão inadequada, o patologista tem dificuldade em identificar as diferentes regiões da unidade ungueal e analisar as alterações morfológicas.2

Foram descritas técnicas de fixação do material a um papel, no qual foi desenhado o aparelho ungueal, que visam identificar a porção epitelial e o local de onde a biopsia foi obtida.2‐4 Entretanto, mesmo que todas essas técnicas produzam clara distinção da porção epitelial e sinalização adequada do local da biopsia, pode ocorrer perda de orientação no momento da inclusão do tecido em parafina. Se a orientação estiver comprometida, por exemplo, a epiderme normal pode simular papiloma, resultando em erro de diagnóstico.

O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da metodologia de inclusão das amostras utilizando uma batata (Solanum tuberosum) como molde guia, após aprovação do Comitê de Ética (CAAE: 48711821.0.3001.5442).

Duas amostras obtidas para a investigação de melanoníquia ungueal foram selecionadas e dispostas sobre um pedaço de papel filtro no local correspondente ao diagrama desenhado do aparelho ungueal, com o epitélio da matriz voltado para cima. O papel foi dobrado para envolver o material, depois grampeado, e o envelope foi imerso em formol a 10%.3 No laboratório, as amostras foram retiradas do papel filtro e inseridas em um sulco produzido em uma rodela de batata (fig. 1) previamente preparada cortando‐a em pedaços de aproximadamente 2×1,5×0,5cm e mantidos imersos em formol a 10% por no mínimo 24 horas, e até 30 dias, para evitar seu amolecimento. O pedaço de batata, com o tecido dentro, foi colocado em um cassete para processamento histológico. A aplicação desse método resultou em inclusão perfeita, com boa exposição longitudinal das amostras ungueais circundadas pelas células tuberosas (figs. 1 e 2).

Figura 1.

(A) A amostra da biopsia da matriz ungueal é colocada de maneira plana sobre um pedaço de papel filtro, no local correspondente ao diagrama desenhado. (B) Um pedaço de batata de 2×1,5×0,5cm com corte feito com bisturi. (C) O pedaço de batata, com o tecido dentro. (D) Corte longitudinal demonstrando os componentes do aparelho ungueal. Hematoxilina & eosina, ampliação original 40×.

(0.34MB).
Figura 2.

(A) Melanoníquia – dermatoscopia de contato. (B‐C) Onicomatricoma pigmentado: amostra adequadamente incluída em corte longitudinal. Hematoxilina & eosina, ampliação original 40×, 200×.

(0.21MB).

A análise microscópica de amostras do leito ungueal fino depende de técnica cirúrgica adequada, preparo, fixação do tecido e processamento histotécnico, evitando especialmente artefatos de inclusão. Dissecção cirúrgica inadequada e/ou artefatos induzidos iatrogenicamente ou pela amostragem podem invalidar a interpretação microscópica.5

Na presente experiência, o uso de batatas como suporte minimiza os artefatos de inclusão e pode ser ferramenta útil no arsenal de cuidados para amostras de tecidos finos e delicados, como as obtidas em cirurgias ungueais tangenciais.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Laura Bertanha: Participou da obtenção e análise dos dados; escreveu a maior parte do rascunho original do artigo, revisou os dados brutos pertinentes nos quais os resultados e conclusões deste estudo se baseiam e aprovou a versão final deste artigo.

Cristina Diniz Borges Figueira de Mello: Participou da redação do artigo, revisou os dados brutos pertinentes nos quais se baseiam os resultados e conclusões deste estudo e aprovou a versão final deste artigo.

Ingrid Iara Damas: Participou da obtenção dos dados, redação do artigo e aprovação da versão final deste artigo.

Rafael Fantelli Stelini: Participou da obtenção de dados, redação do artigo, revisou os dados brutos pertinentes nos quais se baseiam os resultados e conclusões deste estudo e aprovou a versão final deste artigo.

Nilton Di Chiacchio: Participou da obtenção de dados, redação do artigo, revisou os dados brutos pertinentes nos quais se baseiam os resultados e conclusões deste estudo e aprovou a versão final deste artigo.

Maria Letícia Cintra: Participou da concepção do estudo, obtenção e análise dos dados; escreveu o artigo e revisou os dados brutos pertinentes nos quais os resultados e conclusões deste estudo se baseiam e aprovou a versão final deste artigo

Conflito de interesses

Nenhum.

Referências
[1]
R. George, S. Clarke, M. Ioffreda, E. Billingsley.
Marking of nail matrix biopsies with ink aids in proper specimen orientation for more accurate histologic evaluation.
Dermatol Surg, 34 (2008), pp. 1705-1706
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E. Reinig, P. Rich, C.T. Thompson.
How to submit a nail specimen.
Dermatol Clin., 33 (2015), pp. 303-307
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J. Ocampo-Garza, N.G. Di Chiacchio, J. Dominguez-Cherit, L. Fonseca Noriega, N. Di Chiacchio.
Submitting tangential nail‐matrix specimens.
J Am Acad Dermatol., 77 (2017), pp. 133-134
[4]
B. Richert, A. Theunis, S. Norrenberg, J. André.
Tangential excision of pigmented nail matrix lesions responsible for longitudinal melanonychia: evaluation of the technique on a series of 30 patients.
J Am Acad Dermatol, 69 (2013), pp. 96-104
[5]
O.I. Kovich, A.C. Soldano.
Clinical pathologic correlations for diagnosis and treatment of nail disorders.
Dermatol Ther., 20 (2007), pp. 11-16

Como citar este artigo: Bertanha L, Mello CD, Damas II, Stelini RF, Di Chiacchio N, Cintra ML. A new technique of paraffin‐embedding of formalin‐fixed nail sample, obtained by tangential excision ‐ Potato as guide mold. An Bras Dermatol. 2024;99:139–41.

Trabalho realizado na Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil e Hospital do Servidor Público Municipal, São Paulo, SP, Brasil.

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